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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Único tipo físico que jamais emplacou na Playboy.

Qual é a importância de uma revista de abrangência global destinada ao segmento adulto? Simplesmente porque ela enfeixa os estereótipos de beleza feminina da metade do século XX para cá. Ora, um produto criado para suscitar a fantasia erótica dos homens certamente passa pela busca do padrão físico ideal, não importando as especificidades regionais onde está sendo produzida.
Apesar de desde 1953 até hoje terem desfilado nas suas páginas os mais diferentes biotipos de negras, brancas, mestiças,árabes, indianas, orientais, mulatas, caucasianas, latinas, etc, até hoje apenas UM tipo físico específico jamais foi contemplado. Logicamente, somos levados a pensar que este biotipo é execrado pela média da população por ser considerado feio demais para ser tolerado.

Afim de enfatizar a contradição, traçaremos uma galeria para comprovarmos que mesmo tendo cedido espaço até aos fenótipos mais estapafúrdios, um deles, o maldito, nunca teve a menor chance.

Baranga.
Várias barangas desfilaram na capa da Playboy, entre a mais escandalosas estão Rosenery Mello, a fogueteira do Maracanã, em 1989, a hors concours padroeira de todas as barangas Hortência em 1988, Ida do vôlei em 1996, Fernanda Young em 2009, mas prefiro me ater na única delas que posou sem rosto. Trata-se da surfista Andrea Lopes que aterrorizou a revista no acender das luzes de 2007. Quando você vê a cara, logo percebe porque ela foi muito bem escondida.


 




Idosa.

A Playboy nunca se intimidou em colocar cinquentonas nas suas capas. Exemplos é que não faltam: Yoná Magalhães com 51, Helô Pinheiro com 57, Ilka Soares com 57, etc. Ou seja, as maduras da hora sempre tiveram o seu cantinho garantido, na capa é lógico!







 



Personagem de Cartoon.

Até uma mulher fictícia, a esposa de Homer Simpson, uma mãe de cabelo bizarro azul do tipo "bolo de noiva" e progenitora de três filhos teve a sua chance na capa da revista de Hugh Marston Hefner em 2009. (Claro que a título do merchan de 20 anos dos Simpsons)






 



Transexual.

Roberta Close não foi o primeiro transex a estampar a capa da revista em 1984, já que Caroline Cossey foi o primeiro na Playboy inglesa de 1981. Apesar de ter figurado como uma das Bond Girls da cena da piscina no filme “Somente para seus Olhos (For your eyes only) de James Bond, é inegável que a nossa transex foi muito mais bonita, tanto que mereceu a música "Olhar 43" da banda RPM.




 




Homem.

Vários homens já figuraram nas capas da Playboy: Peter Sellers, Burt Reynolds, Steve Martin, Donald Trump, Jerry Seinfeld, Gene Simmons (Kiss), etc.
 









 

Grávida.

A atriz americana Lisa brilhou nas páginas da revista, mesmo em plena gravidez de 6 meses e meio.
 











 
Esquelética.

Eventualmente, a Playboy dedica capa e recheio aos esqueletos de passarela, obviamente, sem o mínimo pudor de ossos e mais ossos explícitos.










Curioso? Agora saibamos o único tipo físico proibido na Playboy.

Contraditoriamente, a primeira publicação lançada em dezembro de 1953 iniciou com uma modelo considerado “gordinha” para os padrões de hoje, que não foi nada menos do que a badaladíssima estrela hollywoodiana Marilyn Moroe. E este foi o marco máximo da ousadia da revista na contemplação de corpos com volume normal.

Alguns podem alegar que a Playboy brasileira contemplou uma gorda quando estampou a Mulher Melancia, o que é uma meia verdade. Doravante a instauração do império do mal do photoshop, a vida real não se imiscui mais nas páginas de tal revista tão devotada ao cultivo das mais elevadas fantasias eróticas masculinas. Veja como o corpo da modelo Andressa Soares foi inteiramente modificado para entrar nos padrões da publicação, com suas medidas exuberantes diminuídas e suas celulites radicalmente extirpadas.


A vitória da imagem da perfeição eletrônica.
Como resultado prático das transformações digitais sofridas pela Mulher Melancia, podemos afirmar que o seu corpo não conseguiu romper o dique de contenção estético contra as gordinhas. De quem é a culpa? Certamente, é da vulgarização da nudez e a eleição de um conjunto de padrões de beleza excessivamente estritos para caber numa só mulher:
- seios empinados e fartos com auréolas bem delimitadas e rosadas;
- pelos pubianos inexistentes, aliás, pelo nenhum em qualquer outra parte do corpo é admissível, exceto nos cabelos
- pequenos e grandes lábios vaginais rosáceos e bem desenhados;
- corpo macérrimo;
- cabelos loiros e lisos;
- traços faciais finos;
- boca de lábios grossos e róseos;
- pernas esguias;
- estatura elevada;
- cintura fina;
- pele bronzeada;
- bunda volumosa, arrebitada e arredondada.
Depois de assistir indignada as reações no Twitter dos homens da nova geração contra o tipo físico da Cléo Pires, a escritora Sívia Marques chegou à brilhante conclusão de que o único indivíduo capaz de reunir todas as características acima num só corpo não é uma super mulher e sim um travesti. A polêmica está lançada, pois se por um lado a Playboy sempre teve coragem de publicar modelos com características bizarras, inclusive fotos de homens com corpo de mulher, por outro, jamais teve a audácia de retratar a mulher verdadeira com todas as suas imperfeições e medidas generosas, as “fofinhas” de carne e osso.

Logicamente, a falta de audácia da revista se justifica pela pressão estética exercida por consumidores cada vez mais fixados numa sexualidade “travestizada” e menos propensos a tolerar a representação da figura da mulher real com seus ingredientes de imperfeição. Assim, surpreendentemente, sob a ótica da estética pornográfica, o corpo da atriz Cléo Pires é considerado desmilinguido e fajuto.
Sobre a predominância da estética travesti, a Sílvia elabora uma bela reflexão que plasma a perplexidade vivida pelas mulheres inteligentes do nosso tempo:
Fonte: Aqui

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