No Brasil os cantos de ninar e os cantos de roda são uma mistura de lendas e costumes dos colonos portugueses, dos escravos africanos e dos índios brasileiros. O problema é que a mistura de costumes e tradições de povos tão diferentes gerou cantidos completamente bizarros. Veja:
Nana, neném que a Cuca vem pegar
"Nana, neném.
Nana, neném
Que a cuca vem pegar
Papai foi na roça
Mamãe foi trabalhar."
É um montro do folclore português que se chama na verdade Coca. Esse ser exite na forma de uma velha com a cabeça de jacaré e come crianças. A música busca assustar a criança a tal ponto que quando a Cuca vir não vai ter ninguém para salva-la, por isso é melhor dormir logo...
Samba Lelê
"Samba Lelê está doente
Está com a cabeça quebrada
Samba Lelê precisava
De umas dezoito lambadas
Samba , samba, Samba ô Lelê
Pisa na barra da saia ô Lalá (BIS)"
A palavra samba é de origem africana. O fato do personagem (que é um escravo) estar machucado e não estar trabalhando faz com que ele mereça dezoito chibatadas.
Ciranda Cirandinha
"Ciranda Cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
O Anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou"
Cantido de provável origem portuguesa tem como objetivo ensinar a menina a gostar de meninos ricos. O anel ao se apresentar de vidro (e não de uma pedra preciosa de verdade) faz com que o amor também se acabe.
Escravos de Jó
"Escravos de Jó jogavam caxangá
Tira, bota deixa o Zé Pereira ficar
Guerreiros com guerreiros fazem zigue zigue za (bis)"
Na verdade essa era uma música escrava que disfarçava o treino de capoeira dos capitães da mata.
Atirei o Pau no Gato
Atirei o páu no gato tô tô
Mas o gato tô tô
Não morreu reu reu
Dona Chica cá
Admirou-se se
Do berro, do berro que o gato deu
Miau !!!!!!
A música representa o que ela realmente é, uma judiação de um bichano. Isso porque até a geração de nossos avós era pratica comum matar passarinho, colocar sal nas costas de sapos e etc.
Vem cá Bidu
"Vem cá, Bitu! vem cá, Bitu!
Vem cá, meu bem, vem cá!
Não vou lá! Não vou lá, Não vou lá!
Tenho medo de apanhar."
Idem ao item anterior
Boi da Cara Preta
Boi, boi, boi
boi da cara preta
pega este menino
que tem medo de careta
No Brasil colonial, cantigas de ninar brasileiras eram cantadas pelas escravas que criavam e amamentavam as crianças. Devido aos mal tratos que sofriam suas músicas de ninar acabam por refletir um pouco de amargura.
Gente, quem tiver conhecimento de outras origens de músicas de ninar ou de roda, ou ainda correções as informações apresentadas fiquem a vontade para postar na área reservada aos comentários.
Fonte: Aqui.
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