Por outro lado, esta sensível parte do corpo humano destinada funcionalmente a conceder conforto fisiológico, sempre esteve cercada de mistérios e tabus, tanto que o nome científico Glúteos nunca foi bastante para explicar a grande preferência nacional e uma das principais preocupações estéticas entre as mulheres.
Até um tempo atrás a palavra bunda não frequentava a roda dos intelectuais e filósofos, ficando por isto confinada aos ambientes próprios onde se praticava a lascívia. No entanto, nádegas era um termo aceitável e até circulava com certa desenvoltura nas esferas doutas, mesmo que à boca pequena e em peças literárias consideradas demasiadamente “picantes” e, por isto mesmo, desaconselháveis para as moçoilas de "família".
Hoje o termo bunda frequenta até mesmo o jornal nacional em horário nobre, é falado abertamente nas novelas aparece desavergonhadamente em diversos textos, desde o cordel à literatura.
Aproveitando a liberalização gozada pelo termo bunda e da imagem que vende cerveja, carros, perfumes, lingeries, cremes, roupas, novelas, filmes, resolvi ilustrar cada um dos biótipos mais encontráveis mais amiúde entre as mulheres.
1- Desbundada.
É a realização filosófica da ausência, da nulidade. Normalmente este fenômeno ocorre com as mulheres muito magras, brancas e européias/americanas.
2- Bunda Mole.
Depois de vários ciclos do efeito sanfona engorda/emagrece, aliado ao um sedentarismo desenfreado, a mulher adquire um dos mais feios tipos de bunda, mole, flácida e normalmente cravejada de celulite.
3- Bunda Caída.
Quando se nota os vincos inferiores da bunda extremamente acentuados, é sintoma sério de bunda caída – um sinal inequívoco de sedentarismo terminal.
4-Bunda Tábua ou chata ou panqueca.
Esta é herança genética maldita de caucasianas e eslavas. Por isto os europeus nortistas se preocupam pouco com bundas. As portadoras deste tipo também são chamadas de “duplex”, pois não importa frente ou traseira, tudo é a mesma coisa.
5- Siliconada.
Para tentar resolver os problemas acima, algumas mulheres apelam para a implantação de próteses de silicone. Apesar de resolver parcialmente o problema, nunca supre a falta exercícios físicos, porque até o silicone pode acabar caindo por falta de sustentação dos tecidos musculares adjacentes.
6- Bunda Grande.
Quando a bunda inicia abruptamente na linha da cintura e cresce, cresce até acabar lá em baixo, pode crer que se trata de um bunda grande em termos latitudinais, não confundir com bunda gorda.
7- Bunda Photoshopada ou virtual.
Para resolver de uma vez todos os problemas acima, as revistas masculinas criaram virtualmente a mulher ideal através das mágicas oferecidas pelo programa de computador Photoshop. É incrível ver a transformação que eles operam nos verdadeiros dragões que lhes caem nas mãos. Quando a revista sai nas bancas, todas têm a mesma silhueta, textura, cor e formato de corpo, porém a única coisa que eles não se atreveram a tirar foi a cara de vagabunda das mulheres-fruta.
8- Bunda Saúva.
Quando as negras escravas chegaram ao Brasil, enlouqueceram os portugueses sodomitas que não obtinham tanta distração com as índias debundadas. Cintura fina e bunda redonda e farta é um traço predominante do fenótipo africano que foi muito festejado por estas bandas. Dizem os especialistas que as festanças havidas nos tempos da colonização originaram a preferência nacional.
9- Bunda Pequena.
As européias que escapam da maldição da bunda tábua, ou do desbundamento, no máximo chegam ao biótipo da bunda pequena. Não chega a ser muito empinada e para alcançar a perfeição peca no tamanho. É um tipo que mais comumente aparelha as mulheres reconhecidamente bonitas dentro do padrão estético do hemisfério norte.
10- Bunda empinada.
Este tipo é quase perfeito. Um biótipo destes é capaz de parar o trânsito e causar engarrafamentos. O principal objetivo das próteses é dotar a mulher de uma bunda empinada, já que bunda perfeita só Deus dá.
11- Bunda Perfeita.
Deus, na sua infinita misericórdia, somente dá este tipo a poucas escolhidas. Começa pela cintura perfeita, tamanho perfeito, circunferência perfeita, enfim, proporções perfeitas que só o nosso Senhor poderia conceber. Toda a bunda perfeita deve atender a um requisito de ouro: cada glúteo dever formar um círculo mágico que, segundo a matemática grega, encarna a figura mais perfeita do universo. Todo este assunto de bundas tem um quê muito mais divino e filosófico do que a mixórdia que a igreja católica nos apronta dia após dia.
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